As
aulas começavam às 15 horas no cursinho, e ele só ia dormir às 3 horas
da madrugada. Por dois meses, essa foi parte da rotina diária do
porteiro de 50 anos, Francisco de Assis Fonseca – 1º lugar no concurso
do TJAP.
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O
porteiro Francisco de Assis Fonseca, 50 anos, conseguiu o primeiro
lugar no concurso para técnico judiciário do Tribunal de Justiça do
Amapá (Tjap). Ele trabalhará na Comarca do Oiapoque. A esposa, Marli da
Silva Melo Fonseca, era a parceira nas horas mais difíceis, e isso fez a
diferença no fim das contas.
A felicidade se
concretizou no dia 19, quando saiu o resultado. No total, 23 mil
candidatos disputavam o cargo de técnico judiciário para várias
comarcas. Francisco conseguiu o primeiro lugar entre os candidatos de
Oiapoque.
“Eu estava no meu posto de trabalho,
no Sesc Araxá, quando alguns colegas começaram a me dar os parabéns.
Como não tenho acesso a internet em casa e nem no trabalho, eles
imprimiram e me passaram o resultado. Não há nem como explicar qual o
sentimento que tive. Foi uma satisfação imensa”, contou o porteiro.
Francisco recebeu a notícia pelos colegas de trabalho
Para
Francisco, que é testemunha de Jeová, o primeiro lugar foi concedido
por Deus, para que ele possa fazer em Oiapoque o que já faz em Macapá,
que é a disseminação da Palavra de Deus.
“No
início tinha seis opções. Aí comecei a escolher para onde me
inscreveria. Como faço parte de uma comunidade que tem como missão levar
a Palavra de Deus para os lugares mais distantes, fiquei indeciso entre
Oiapoque ou Laranjal do Jarí. Mas no último instante decidi pelo
extremo norte do Estado”, disse Francisco.
O
Francisco é mineiro e mora há três anos em Macapá. Mas a sua história
de vida por muito tempo sempre esteve ligada à capital do Amapá. “Estive
em Macapá pela primeira vez em 1993 através de um encontro dos
Testemunhas de Jeová. Nessa viagem, com apenas 28 anos, conheci minha
esposa que é daqui. Nossa relacionamento durou vários anos apenas com
troca de cartas”, declarou.
Francisco contou que
depois de cinco anos decidiu voltar a Macapá para oficializar o namoro.
E mais uma vez o namoro ficou sendo através das cartas. No ano 2000,
Francisco veio pedir a permissão para casar, o que ocorreu em 2001.
Então, oito anos depois, o casal se juntou oficialmente pela primeira
vez e foi morar em Minas Gerais.
O porteiro Francisco vai para Oiapoque disseminar a palavra de Deus
Durante
11 anos moraram no Centro-Oeste do país, onde Francisco trabalhava na
contabilidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG). “Mas cheguei à
conclusão que minha esposa já tinha morado muito tempo longe da família e
resolvemos tentar a sorte aqui em Macapá. Chegamos em 2012”, lembrou o
porteiro.
Em outubro de 2014, Francisco e a
esposa começaram a estudar em um cursinho, já visando o concurso do
Tjap. Dois dias antes da prova, Marli pegou um virose e teve que ser
internada. Isso quase fez o porteiro desistir da prova. “Tinha que ficar
cuidando dela, mas minha esposa me convenceu e fui fazer prova. Agora
estamos muito entusiasmados com a novidade. Eu, aos 50 anos sou
concursado pela primeira vez”, concluiu emocionado.
Fonte: SelesNafes
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